Bosque é uma chamada artística à consciência ambiental. Uma pesquisa que aproxima dança e artes visuais para criar paisagens únicas nas cidades, perseguindo a ideia de impermanência e instabilidade do corpo em contato com a natureza, questões climáticas e práticas coletivas. É uma performance em grande escala para espaços abertos que envolve a participação da população local ou dançarinas profissionais para construirmos juntas um trabalho forte e potente. De cabeça para baixo, o corpo inverte o espaço e questiona o tempo. Por quanto tempo o corpo resiste? Por quanto tempo a floresta irá resistir?
Na performance, o corpo de cabeça para baixo chama a atenção para a luta que a própria natureza enfrenta. Eventualmente, e em momentos diferentes, cada corpo-árvore cai no chão, um a um, onde permanecem até que se erguem novamente, mudando a paisagem, trazendo movimento e vida a esses Bosques através das ações de descer e subir. Na natureza e na vida as coisas estão sempre nascendo e morrendo e assim estamos nessa performance. A solidariedade conduz a dramaturgia e para construir o Bosque as participantes ajudam uns aos outros a montar as árvores/ figurinos grandes e médios. Ao final ninguém sai até que a última resista, não deixando ninguém para trás. A coreografia minimalista chama a atenção para a importância e força do coletivo, e a possibilidade de diversidade dentro dele, pois a natureza só resiste por causa de sua biodiversidade.
Uma criação de Clarice Lima BR com dramaturgia de Catarina Saraiva PT e com assistência de movimento e performance de Aline Bonamin BR e Nina Fajdiga SL, juntamente com participantes locais ou dançarinas profissionais que participam de uma oficina e de todas as apresentações. A empatia conduz a oficina de dois dias onde reunimos todas e todos os participantes em contato com o trabalho e a pesquisa, respeitando e valorizando as vozes e os limites de cada participante.
A pesquisa é a terceira parte da Treelogia e aprofunda a ideia de criar uma paisagem viva na cidade, potencializando práticas coletivas, pessoas e natureza. Bosque olha para essas questões de forma poética e coletiva. É uma proposta de quatro artistas mulheres, acreditando na importância de misturar diferentes perspectivas. Dentro desta floresta nós-natureza queremos resistir enquanto pudermos, juntos, como uma.