“O trabalho, desenvolvimento de performances anteriores de Lima nas quais esse procedimento se dava em menor escala, convida a um diálogo com a própria ideia de monumento, pensando como as artes vivas podem propor ou dialogar com a lógica estática e perene de uma escultura cujo intuito é resistir a tudo. Nesse sentido é muito importante essa forma verticalizante da obra, que muito dialoga com estátuas de imperadores, colonizadores, borbas-gatos e demais figuras que ficam em pé, empunham espadas, carregam coisas. Aqui, tudo é verticalizado como nos monumentos, mas invertido. Não vemos os rostos, pouco importam os indivíduos, e a verticalidade monumental pode, enfim, nessa estrutura, descansar, desistir, recomeçar, cansar, levando a dureza da pedra talhada para a porosidade de um galho e a inteligência de uma folha.”
“Penso na sensação de isolamento, na impossibilidade de visualizar o todo, na fé que a luta exige, na resistência do existir e na poesia das equivalências. Nem tudo que existe e resiste é visível. Nem tudo que é invisível é desimportante ou imperceptível. A força da resistência e do comprometimento coletivo: um bosque.”